sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O NOME DAS COISAS



O homem sempre demonstrou a necessidade de nomear as coisas, os seres, os lugares...Incansavelmente, nomeia na ilusão de capturar a essência das coisas, nomeia para expressar o que sente, nomeia para batizar os descendentes, nomeia para dizer que é dono do objeto nomeado. E nomeia em várias línguas, em diferentes épocas, em diversas situações. Nomeia e quer descobrir a origem e o significado dos nomes, muitas vezes, somente para criar mais nomes.
As coisas são os nomes e os nomes são as coisas na mais perfeita significação.
Pessoas gostam de seus próprios nomes lidos nas capas de revistas,ouvidos nas bocas dos entes amados e desenhados nas letras japonesas.
Coisas engraçadas, bizarras, abençoadas, adoradas, odiadas, obcenas, grandes, pequenas, absurdas, imundas, julgadas, julgadas e julgadas são todas nomeadas de forma exata, inexata,complexa, dupla, tripla, múltipla, infinita... Há nome até mesmo nas coisas que ninguém conhece! Há o nome mais feio e o nome mais bonito na mesma coisa, na mesma pessoa...
Os nomes nos procuram, nos invadem, nos derrubam, nos levantam, nos inventam.
A palavra atrai,trai,distrai. É marca eterna, é cicatriz; faz parte de muros e de almas.
Deus criou o mundo através da palavra. O ser humano se reinventa, magicamente, através dela.
Basta um nome para fazer a felicidade completa, para deixar a vida incerta ou para mudar o rumo do destino de alguém. A palavra cria e destroi. Basta o nome para que o mundo inteiro exista (e outros mundos também)...Essa é a beleza do nome das coisas.
Ranúzia Mello.

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