quinta-feira, 13 de setembro de 2012

teimosia...



"acenda um fósforo em mim, não queima
perfure uma faca, não jorra
cuspa na minha cara, não escorre
quase nada me traz consequência
não há aderência em gente que teima."

(Martha Medeiros - Cartas Extraviadas e outros poemas)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Medicação Preventiva


P
ense muito, antes da discussão. O discutidor, por vezes, não passa de estouvado.
Use a coragem, sem abuso. O corajoso, em muitas ocasiões, é simples imprudente. 
Observe os seus métodos de cultivar a verdade. Muitas pessoas que se presumem verdadeiras, são veículos de perturbação e desânimo. 
Proceda com inteligência em todas as situações. Não se esqueça, porém, de que muitos homens inteligentes são meros velhacos. 
Seja forte na luta de cada dia. Não olvide, contudo, que muitos companheiros valentes são suicidas inconscientes. 
Estime a eficiência. No entanto, a pretexto de rapidez, não adote a precipitação. 
Não enfrente perigos, sem recursos para anulá-los. O que consignamos por dessasombro, muita vezes é loucura. 
Guarde valor em suas atitudes. Recorde, entretanto, que o valor não consiste em vencer, de qualquer modo, mas em conquistar o adversário no trabalho pacífico. 
Tenha bom ânimo, mas seja comedido em seus empreendimentos. Da audácia ao crime, a distância é de poucos passos. 
Atenda a afabilidade e a doçura em seu caminho. Não perca, porém, o seu tempo em conversas inúteis. 

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

A partir desse texto, crio um marcador, uma pasta relacionada somente a assuntos espirituais ou da alma, não que os outros textos também não estejam ligados de certa forma a esse assunto.   

domingo, 2 de setembro de 2012


"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez."

(Friedrich Nietzsche)

"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal."

(Friedrich Nietzsche)

sábado, 1 de setembro de 2012


"Pensa no que pode ser doce. Guarda."


(Vanessa Leonardi)


"Não vivo mais numa eterna busca, vivo um dia de cada vez. O final do meu arco-íris é bem debaixo do meu nariz. Minha vida é desalinhada, não sou de farra, nem boa pra casar. Sou do avesso, me gosto assim. Acredito no amor, escolhi viver assim. Valorizo até a menor das intenções. A boa fé. Acredito mais no presente. Do futuro, desconfio muito. Acredito quando a conversa é com os olhos. Acredito no que a alma fala. Na verdade, exagero demais na risada que só frouxa quando o vento é forte e estoura em risada outra vez."

(Vanessa Leonardi)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012



‎"Que a mágoa não dure o tempo de abrir distâncias. Mas que dure o suficiente para aprendermos que nós também erramos. Que nossos silêncios não aprisionem nunca as nossas verdades, e se transformem em prece ao anoitecer."

(Camila Heloíse e Nayara Fernandes)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

MÃE


Mãe



Reveladora e renovadora do mundo.
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos,
não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
Nunca será um lar
para teu filho.
Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.

Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições...
Empregos fora do lar?
És superior àqueles
que procuras imitar.
Tens o dom divino
de ser mãe
Em ti está presente a humanidade.

Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazer
e às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és.
Roendo o teu osso negro da amargura.

Cora Coralina

Reinvenção



A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas…
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo… — mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço…
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Cecília Meireles

Como meu blog ficou tanto tempo sem esse poema?

domingo, 26 de agosto de 2012

DIETA


Quando for comer um chocolate, pense que ele irá ficar alguns momentos na sua boca, algumas horas no seu estômago e a vida toda na sua bunda!

sábado, 25 de agosto de 2012

RECOMEÇO


"É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou, perder a fé em todas as orações porque em uma não foi atendido, desistir de todos os esforços porque um deles fracassou. É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu, descrer de todo amor porque um deles te foi infiel. É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo. Espero que na tua caminhada não cometas estas loucuras. Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim, um recomeço."

(Antoine de Saint-Exupéry)

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Asas




"Passarinho que se debruça - o vôo já está pronto!"

(João Guimarães Rosa)

quarta-feira, 22 de agosto de 2012



"Às vezes a gente vai-se fechando dentro da própria cabeça, e tudo começa a parecer muito mais difícil do que realmente é. Eu acho que a gente não deve perder a curiosidade pelas coisas: há muitos lugares para serem vistos, muitas pessoas para serem conhecidas. Tudo isso estimula a gente, clareia a cabeça, refresca. Por que não?"

(Caio Fernando Abreu - Todas as horas do fim - A Zaél Abreu - São Paulo, 15 de maio de 1980)

domingo, 19 de agosto de 2012


"Um belo dia resolvi mudar
E fazer tudo o que eu queria fazer."

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sobre as palavras...

"...o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que que escolhemos dizer."
Padre Fábio de Melo

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Que comece agora!


Que comece agora.
E que seja permanente essa vontade de ir além daquilo que me espera.
E que eu espero também.
Uma vontade de ser.
Aquela, que nasceu comigo e que me arrasta até a borda pra ver as flores que deixei de rastro pelo caminho.
Que me dê cadência das atitudes na hora de agir.
Que eu saiba puxar lá do fundo do baú, o jeito de sorrir pros nãos da vida.
Que as perdas sejam medidas em milímetros e que todo ganho não possa ser medido por fita métrica nem contado em reais.
Que minha bolsa esteja cheia de papéis coloridos e desenhados à giz de cera pelo anjo que mora comigo.
Que as relações criadas sejam honestamente mantidas e seladas com abraços longos.
Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante as sementes do bem e da felicidade de quem não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim.
Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve.
Que o respeito comigo mesma seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior.

Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver
Caio Fernando Abreu



Porque quando fecho os olhos, é você quem eu vejo; aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim. É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias, me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos, ilumina o corredor por onde passo todos os dias. É agora que quero dividir maçãs, achar o fim do arco-íris, pisar sobre estrelas e acordar serena. É para já que preciso contar as descobertas, alisar seu peito, preparar uma massa, sentir seus cílios. Não quero saber de medo, paciência, tempo que vai chegar. Não negue, apareça. Seja forte. Porque é preciso coragem para me arriscar num futuro incerto. Não posso esperar. Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. Sem esperas, sem amarras, sem receios, sem cobertas, sem sentido, sem passados. É preciso que você venha nesse exato momento. Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos e chocolates. Apague minhas interrogações."                                 
                                                                                                                                                                                            Caio Fernando Abreu

sábado, 11 de agosto de 2012

PAZ

"Eu quero mais é viver em paz..."
Djavan (Fato Consumado)

AS ROSAS EXALAM


"As rosas, mesmo com as raízes mergulhadas no estrume, se abrem para oferecer ao mundo o seu inconfundível perfume.
O sândalo, por ser uma árvore nobre, deixa suave fragrância impregnada no machado que lhe dilacera as fibras."
Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 25 de julho de 2012

ZEM


Sempre quis ser zem. Acho lindo. A minha imaginação sobre uma pessoa zem é alguém  regando um jardim com um leve sorriso na face (atenção para a suavidade da palavra "face", quem é zem tem face e não rosto ou cara).
No entanto, infelizmente, acho que não sou zem e , no passado, já até estive mais perto de ser. Também nunca conheci nenhuma pessoa zem para que nela me inspirasse, a não ser em filmes ou novelas, do tipo que não vê problemas em ter problemas ou se ferra como se nada estivesse acontecendo e ainda solta uma piadinha.
Eu gostaria muito mesmo de ser zem... Ser zem naturalmente...sem pensar em nada, achando graça de tudo, sem pressa, sem pressão alta, sem roer unha, sem relógio, sem celular, sem rivotril... mas meu telefone sempre toca, sempre some... e eu perco as chaves do carro (e às vezes perco o carro) , sempre está na hora de fazer alguma coisa e eu só consigo enxergar problemas como se fossem problemas.
Gostaria de sentar, cruzar as pernas e fazer aquele gesto de meditação com as mãos...ouvir música suave sem pensar no banco, na esteira,  no trabalho ou na batata que acabou. Mas eu não consigo sequer ter paciência para regar as flores.

Ranúzia Mello

COMO SE FÔSSEMOS DE FERRO


PARA SEMPRE





"A paisagem onde a gente brincou pela primeira vez não sai mais da gente."

(Candido Portinari)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

VARIEDADES LINGUÍSTICAS


A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.

E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de informalidade.

O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.

Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma um estigma.

Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:

Variações históricas:

Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.

Analisemos, pois, o fragmento exposto:

Antigamente
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio." Carlos Drummond de Andrade

Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.

Variações regionais:

São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem.



Variações sociais ou culturais:

Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.

As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de happy, tatuadores, entre outros.

Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.

Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor sobre o assunto:

Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade


CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela
E chamei pra passear.
A gente fomos no shopping
Pra “mode” a gente lanchar.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro
aipim.
Quanta gente,
Quanta alegria,
A minha felicidade é um crediário nas
Casas Bahia.
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns
“rolezinho”,
Quando eu estou no trabalho,
Não vejo a hora de descer dos andaime.
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme.
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)

Por Vânia Duarte
www.brasilescola.com

sexta-feira, 1 de junho de 2012

SAUDADE



Quando você sente saudade demais de uma pessoa, então começa a vê-la nas outras, em todos os lugares.
Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 23 de maio de 2012

MEUS CONFLITOS



"A depender de mim os psicanalistas estão fritos
Eu mesmo é que resolvo os meus conflitos
Com aspirina, amor ou com cachaça
Os gritos todos virarão fumaça
A dor é coisa que dói e que passa"

(Zeca Baleiro)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

DUAL


Tristeza e felicidade: uma coisa não exclui a outra, definitivamente.
Mas sinto uma antipatia enorme dessa infeliz tristeza que veio me visitar nessa tarde de domingo achando que vai ficar.
A minha felicidade permaneceu sentada no sofá da sala, nem sequer tirou os pés de cima da mesa.

Ranúzia Mello

sábado, 19 de maio de 2012

CORAGEM ÀS AVESSAS


Muitas vezes, é preciso ter mais coragem para desistir do que para prosseguir.
Ranúzia Mello.
"Desejo a máquina do tempo
para que não haja o havido e eu recomece misericordiosamente."

(Adélia Prado)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

APINEIA



No fundo,
bem no fundo,
procuro respostas
e não as acho
e nem me acho...
Só um mergulho
profundo
no meio de nada
ou de  tudo.

Ranúzia Mello

DENTRO

"Me deu assim um disparo no coração, feito susto que não era bem susto, porque não tinha medo de nada. Ou tinha: medo de uma coisa sem cara nem nome, porque não vinha de fora, mas de dentro de mim."

(Caio Fernando Abreu )

quarta-feira, 16 de maio de 2012





"Não há mais porta, mas também não tenho mais vontade de entrar."

(Chico Buarque)


"Amarra o teu arado a uma ESTRELA e os tempos darão 
Safras e safras de sonhos 

Quilos e quilos de amor."


(Gilberto Gil)

sábado, 12 de maio de 2012


Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois
Mário Quintana

domingo, 15 de abril de 2012

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
Fernando Sabino

domingo, 11 de março de 2012

Carta de Intenções




"Que eu possa abrir minha casa como uma garrafa de vinho. Que eu possa sair de casa como uma garrafa de champanhe.

Que eu possa respeitar opiniões diferentes da minha. Que eu não tente convencer ninguém a pedir desculpas. Que eu possa me desculpar antes do ódio. Que eu possa descobrir a altura dos postes com pipas. Que eu possa pescar conhecidos nos viadutos. Que eu possa escrever cartas de amor de repente. Que eu possa viajar para adorar a distância. Que eu possa voltar para dizer o que não tive coragem. Que eu possa conversar com estranhos para matar a estranheza.

Que eu possa comprar fiado minha própria fé. Que eu amarre os sapatos dos filhos como se fosse um terço. Que eu possa gemer diante de uma torta de nozes. Que eu pense em meu amor ao atravessar a rua. Que eu pense na rua ao atravessar o amor. Que eu possa engolir o vento em cada esquina.

Que eu possa ouvir as cigarras de noite. Que eu possa diferenciar as árvores. Que eu erre um caminho para descobrir novas paisagens.

Que meu carro tenha cheiro de bala de goma. Que eu ajude sem questionar. Que eu dê conselhos sem condenar. Que eu não exija demais dos outros. Que eu exija demais de mim. Que eu possa dançar com os pés nos ouvidos. Que eu possa aprender a tocar violino. Que eu possa aprender a dizer sim.

Que eu possa tomar banho de cachoeira. Que eu possa madrugar para esquentar a água do chimarrão. Que eu não acorde com o telefone tocando. Que eu não faça piadas de mau gosto. Que eu seja a vontade de rir.

Que eu prepare pratos exóticos para aumentar a fome. Que eu não dedure os amigos para passar bem. Que eu pendure bonecos no varal. Que eu faça sinal para o trem parar. Que eu bata no tapete com a vassoura. Que eu assobie para chamar a alegria.
Que eu possa chorar ao assistir filmes. Que aproveite a luz do corpo para ler de noite. Que eu possa embaralhar o sal com o açúcar. Que não faça fofoca fora do bar. Que eu não seduza para confundir. Que eu seduza para iluminar. Que eu mande flores para meu próprio endereço. Que eu estenda a toalha da mesa como se fosse um lençol. Que eu não sacrifique a confiança pela covardia. Que eu possa cuidar da minha cidade como um irmão caçula. Que eu use a voz como campainha.

Que eu possa repor os pássaros em seus ninhos. Que eu encontre uma loja para consertar chapéus. Que eu encontre uma loja para consertar cabeças. Que eu não mude de ideologia para conseguir um emprego. Que eu não precise gritar dentro de casa. Que os cachorros tenham faixa de segurança. Que minha mulher me responda os beijos com arrepios.

Que eu possa devolver os livros que tomei emprestado. Que eu não peça a devolução dos livros que emprestei. Que eu tenha dúvidas, melhor do que certezas e falir com elas. Que a sorte não seja o cartão furado da loteria. Que eu possa barbear o medo. Que meus amigos deixem de comprar o jornal pelos classificados. Que a única corrente que use seja a do balanço para embalar meu filho."

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"Sempre que uma situação começa a ficar boa ou simplesmente começa, solto minhas frasezinhas bombas. Não sei se com isso quero realmente foder a minha vida ou me proteger de me foder. Acho que segundos antes de explodir tudo, penso assim: se eu falar a frase mais errada do mundo, só os realmente fortes sobreviverão. O que eu não percebo é que no começo de alguma coisa, ninguém ainda é realmente forte para agüentar minhas frasezinhas bombas."

(Tati Bernardi)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012


"Palavrão, meu filho, é condomínio, palavrão é fome, palavrão é a maldade que estão fazendo com um colírio custando 40 mil réis, palavrão é não ter cama nos hospitais"

"Não tenho ódio nem amor, sou livre e não tenho medo de nada, porque sou boneca de pano com macela por dentro. Qualquer "desastre", a Tia Anastácia me faz outra".

"Não tenho doença, não tenho dores, não tenho saudade de nada nem de ninguém. Não tenho ódio, não tenho amor, nunca fui apaixonada.
Sou livre. Não tem outra igual a mim! Ninguém tem mais moral do que eu".

Dercy Gonçalves

UM POEMA DE HORA EM HORA


"Para as almas adoecidas, uma receita infalível: um poema de hora em hora."
Pe. Fábio de Melo